sábado, 23 de fevereiro de 2013

Senhora é executada, à luz do dia, na presença da família na área metropolitana de Belém (Ou:”Pará, um Estado em estado de barbárie”).

Quando afirmo que o Pará é um estado bárbaro, não me refiro exclusivamente aos atos e fatos incivis que cotidiana e sobejamente ocorrem em solo paraense, mas, sobretudo, aos pensamentos e sentimentos que subjazem a esses acontecimentos. Mas que pensamentos e sentimentos são esses? De certa forma, os mesmos que nos faz um povo inclinado à corrupção.

Vou explicar melhor. Refiro-me a crença que um determinado indivíduo ou grupo possui na inexistência de uma ordem ou força superior, capaz de limitar-lhe a conduta, segundo parâmetros racionais. Em outras palavras, é a supremacia do individual sobre o coletivo. Quando alguém não acredita que deve respeitar algo que está além de si próprio, tende a escutar apenas os seus mais recônditos desejos.

Recorro à Psicologia de botequim para tentar entender porque determinadas práticas são tão comuns no Estado do Pará. Poderia considerar o isolamento das pessoas que habitam os longínquos e abandonados interiores paraenses como possível causa de comportamentos pouco civilizados, mas quando ações semelhantes ocorrerem, insistentemente, à luz do dia e em plena Capital ou adjacências, o critério geográfico torna-se inepto para a compreensão desse fenômeno.  

Por esse motivo transfiro a análise para o imaginário de uma sociedade que não acredita na eficiência dos órgãos estatais e na possibilidade de punição quando transgride norma pública. Noutra hipótese, somente os “loucos de pedra” se enquadrariam, o que, de certo, não é o caso desta abordagem.

Creio sim que existe um ambiente psicológico favorável para a efetivação de tantas cruéis condutas, mesmo que sejam proibidas pelas regras mínimas de convivência social.

Vejam um exemplo lamentável que ocorreu em Ananindeua, cidade que integra a Região Metropolitana de Belém. Na manhã desta sexta feira, 23/02/13, na WE-70, da Cidade Nova VI, a Senhora CARLA PRISCILA foi retirada de um carro, onde estava em companhia do marido e do filho, e, na presença da família e de quem quisesse assistir, foi executada com arma de fogo. Segundo a matéria publicada no Jornal “Diário do Pará”, o crime teria sido motivado pelo fato de a vítima ter descoberto esquema de fraude na empresa onde trabalha.

Sem mais para o momento, penso com os meus botões: não é possível viver civilizadamente no Estado do Pará. A barbárie, infelizmente, é aqui!   

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