sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

No Pará a ação é uma reação

Morreram centenas de jovens numa casa noturna do sul do país. Dias depois o Corpo de Bombeiros do Estado do Pará interditou várias casas noturnas em Belém. Até igrejas, supermercados e teatros passaram pelo crivo.

A novela “Salve Jorge” da Rede Globo de Televisão aborda a temática do tráfico humano, principalmente de mulheres “escravizadas” para fins sexuais. Imediatamente a Polícia Civil do Estado prendeu suspeitos de aliciamento de jovens em vários municípios do interior do Estado, como se essa prática nas longínquas (e isoladas) regiões paraenses não fosse corriqueira e não ocorresse há décadas.

Agora, num recente partida de futebol da Taça Libertadores das Américas um torcedor boliviano morreu ao ser atingido por um “lança rojão”. Imediatamente as autoridades paraenses estudam a possibilidade de proibir a entrada de fogos de artifícios nos estádios paroaras. Desde que a bola rola nos gramados locais os fogos são utilizados para saudar os clubes e os lances relevantes das partidas, mas, de uma hora para outra, constituem uma grave ameaça aos torcedores papa-chibé.  

Esses e outros fatos mostram como, no Pará, as autoridades não agem movidas por um planejamento capaz de identificar previamente as práticas necessárias para uma vida gregária boa, mas ficam a mercê de fatos que ocorrem em outras praças, veiculados em “tempo real” pelos instrumentos tecnológicos hodiernos. Não agem, mas reagem aos fatos, dependendo sempre da Próxima “notícia de jornal”.   

Os otimistas podem sustentar a tese de que é melhor reagir aos fatos que nada fazer, mas se assim deve ser, qual será o novo acontecimento com repercussão em nível nacional que “motivará” as nossas autoridades a fazer aquilo que lhes é devido por dever de ofício? Ficamos assim sujeitos aos acontecimentos alheios, como se não tivéssemos necessidades próprias.

Assim funciona esta colônia chamada Pará.    
  

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