quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estado do Pará é o "FONA" em educação


O Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, mede aqualidade do aprendizado nacional a cada dois anos. São estabelecidas metas específicas que o Brasil e as unidades da federação devem atingir para melhorar o ensino. O Pará nunca conseguiu ultrapassar as metas. Os alunos da rede estadual de ensino do Pará, da 8ª série ao 9º ano, foram reprovados nas três últimas avaliações do Ideb, ou seja, não conseguiram atingir as metas nem em 2007, 2009 e 2011. Os da 3ª série do ensino médio tiveram média inferior em 2011, tanto com relação ao que foi projetado quanto em relação ao índice de 2009. 

As escolas públicas no Estado do Pará caíram abaixo da média nacionalde 3,4, com uma pontuação de 3,0, de acordo com os dados coletados para o último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. 

Apenas 31,7% da população estudantil do Estado ultrapassa o ensino médio, o que significa que sete em cada dez estudantes não se qualificam para o nível superior. 
A última avaliação do Ideb foi em 2011. O Pará obteve um dos piores desempenhos do Brasil. Os estudantes do Pará dos anos iniciais do ensino fundamental público obtiveram média de 4,2 (em uma escala de zero a dez), a sexta pior nota entre todos os estados. O desempenho dos alunos nos anos finais também ficou entre os dez piores do Brasil (oitavo lugar), com nota de 3,7, quando se esperava no mínimo 3,8. Mas o caso mais alarmante foi entre os alunos de ensino médio do Estado, que registraram o pior indicador do país: 2,8, bem abaixo da nota do Ideb anterior, de 2009, e da projeção do MEC, ambas de 3,1. O Ideb é calculado a partir do rendimento escolar e do desempenho médio em exames como a Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

CENSO ESCOLAR 2013 CONTRADIZ "PACTO"

Ainda de acordo com Cláudio Ribeiro, mais de quatrocentos profissionais do sistema de ensino do Pará estiveram “envolvidos na elaboração do plano”. “Esses profissionais representaram diversas partes do próprio sistema, como Estado, a capital Belém, Marabá, Santarém, e do Marajó”. Esta parceria, de acordo com o secretário, tem como objetivo, desde janeiro de 2012, melhorar o desempenho educacional dos alunos ao diminuir as taxas de repetência e de evasão de grau. Estão incluídos desde janeiro de 2012, a capacitação de professores, diretores e coordenadores; melhoria da infraestrutura escolar; melhoria da gestão, tanto da secretaria quanto das escolas e mais investimentos em educação.

Os resultados do Censo Escolar 2013 não foram nada animadores para o Pacto pela Educação feito pelo governador Jatene. A rede pública do Pará perdeu 9.439 estudantes, quando comparados os números com o resultado do Censo 2012, todos do ensino regular. No ensino fundamental, houve queda nos anos iniciais nas escolas de tempo integral, com redução de 44.979 alunos matriculados. Nas escolas de tempo parcial, houve crescimento de mais de 32 mil matrículas. Mas a maior queda individual aconteceu na Educação de Jovens e Adultos (EJA) quando comparados os dois anos. Uma queda de 107.049 matrículas para a série fundamental.

O Censo Escolar, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica, que abrange as suas diferentes etapas e modalidades: ensino regular (educação infantil e ensinos fundamental e médio), educação especial e educação de jovens e adultos (EJA). O Censo Escolar coleta dados sobre estabelecimentos, matrículas, funções docentes, movimento e rendimento escolar.

Essas informações são utilizadas para traçar um panorama nacional da educação básica e servem de referência para a formulação de políticas públicas e execução de programas na área da educação, incluindo os de transferência de recursos públicos, como merenda e transporte escolar, distribuição de livros e uniformes, implantação de bibliotecas, instalação de energia elétrica, Dinheiro Direto na Escola e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Além disso, os resultados obtidos no Censo Escolar sobre o rendimento (aprovação e reprovação) e movimento (abandono) escolar dos alunos dos ensinos fundamental e médio, junto com outras avaliações do Inep (Saeb e Prova Brasil), são utilizados para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que serve de referência para as metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do Ministério da Educação.

Criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb é formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.

O Ideb funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da educação pela população por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias. Para tanto, o Ideb é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente. 

As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil, para escolas e municípios, e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), para os estados e o País, realizados a cada dois anos. As metas estabelecidas pelo Ideb são diferenciadas para cada escola e rede de ensino, com o objetivo único de alcançar 6 pontos até 2022, média correspondente ao sistema educacional dos países desenvolvidos. 


DESDE 2012 A APROVAÇÃO VEM CAINDO

Segundo o secretário da Educação, Cláudio Ribeiro, o Pacto pela Educação firmado e patrocinado pelo governo do Estado do Pará é “fruto de um esforço conjunto, que envolveu os profissionais do sistema de ensino, fundações e institutos empresariais, artistas e organizações internacionais. Em janeiro de 2012, concebeu um plano estratégico, que serviu de base para a parceria”.

Mas não é o que os números demonstram. De janeiro de 2012 para cá, as notas dos estudantes paraenses vêm piorando, mostrando a má qualidade do ensino. Analisando os dados dos indicadores educacionais divulgados pelo Ministério da Educação, as escolas estaduais do Pará obtiveram, ao fim de 2012, o pior índice de aprovação no ensino médio entre todas as unidades federativas. Média de apenas 68% de alunos. A reprovação nesta fase é das mais altas, com 13,5 de reprovados, em média.

No ensino fundamental, o resultado, após um ano de implantação do “pacto premiado”, também situa os índices das instituições de ensino do Estado como um dos piores do Brasil, com reprovação de 17,9% dos alunos matriculados. A taxa de aprovação neste período é a pior entre os estados da região Norte, com 75,7%. O Amazonas, por exemplo, tem 87,9%. O estado do Maranhão teve 85,6% e até o Piauí foi melhor que o Pará naquele ano, com 79,5%.

Fonte: (Diário do Pará)