segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O MOLEIRO DE SANS-SOUCI (Walmari Prata Carvalho)

O Brasil todo volta sua atenção para o julgamento do” Mensalão”.Não resta duvida que a vontade do povo consiste na condenação de todos os envolvidos.Vontades a parte,ate mesmo por segurança republicana de todo cidadão devemos esperar que a justiça seja feita baseada no estabelecido em lei,e,no restrito conteúdo das peças processuais,jamais ao desejo midiático ou popular.

Na última sessão onde o revisor proferiu seu voto, as expectativas de todos pela estrita condição jurídica do feito ficou abalada, quando o relator pediu a replica,e, o revisor manifestou-se pela treplica. Pareceu a todos tratar-se de um embate entre a promotoria e o advogado de defesa de um júri comum, onde um acusa e o outro defende o réu.
Podem com tais condutas, ate mesmo buscarem uma visibilidade de melhores entendimentos de seus argumentos para os demais pares, entretanto, a primeira sensação que fica é o da divisão de interesses pessoais, um querendo a todo custo condenar, e, o outro a todo custo inocentar. A principio a emoção do desejo pessoal suplantou o dever de oficio do juiz.Para a segurança de todos será necessário dissipar esta impressão pública dissolvendo os sentimentos pessoais em arrazoados eminentemente jurídicos,que ainda assim devera serem robustecidos pela centralização na frieza das provas e na consistência das leis por ocasião da fala em sentença dos demais membros da casa.

O povo não pode perder o entendimento de que a mais alta corte do país realmente defende nossa constituição, e, de terem a certeza de que todo e qualquer recurso será julgado com base única e exclusivamente com base nas provas colhidas, e, em leis a serem aplicadas, jamais em desejos pessoais, partidários, ou pressões midiáticas ou mesmo popular.
A isto tudo lembro uma passagem histórica que os livros contam sobre o rei Frederico II, ”O Grande”, rei da Prússia, que resolveu construir um palácio de verão em Potsdam, próximo a Berlim. Ao precisar aumentar sua construção tentou comprar o moinho de um moleiro que, se negou a vendê-lo. O rei disse-lhe que se o desejasse poderia tomá-lo tendo o moleiro lhe respondido “AINDA HÁ JUÍZES EM BERLIM”.

Esperemos que, aqui também, assim seja.
Belém, 25 de agosto de 2012.

WALMARI PRATA CARVALHO

 

2 comentários:

  1. QUE TAL FOCAR NO TCM E SEU MINISTERIO PÚBLICO VINCULADO.
    VAI SER MAIS DIVERTIDO E VAI COLOCAR O TCE NO CHINELO, A COMEÇAR POR PROCURADORAS, CONSELHEIROS E CONSELHEIRAS INCONSTITUCIONALMENTE INVESTIDOS, EXCESSO DE COMISSIONADOS, TERCEIRIZADOS COM LICITAÇÃO MARCADA, VIAGENS TECNICAS QUE SÃO SÓ TURISMO, CARGOS VAGOS SEM EFETIVOS, CARGOS COMISSIONADOS COM MAIS DE UM OCUPANTE, AQUISIÇÃO DE IMPRESSOS DE EMPRESAS DA CÚPULA, SERVIDORES TRABALHANDO PRA CANDIDATO A VEREADOR, GENTE QUE RECEBE E NÃO VAI TRABALHAR, RETENÇÃO DE PARTE DE SALÁRIO POR CONSELHEIRO, PROTEÇÃO AO DUCIOMAR E CIA, ETC.
    e mais: teima em não divulgar a lista de salário de seus servidores...

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  2. Felizmente o bom senso prevaleceu no STF, e os dois desistiram do embate desnecessário. E o jugamento prossegue.

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