segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ministério Público e o Município de Bom Jesus do Tocantins: o mocinho e o bandido (ou “O Velho Oeste em solo paraense”)

Caros amigos,


Leiam este artigo, eleborado em outubro de 2010, e vejam se há alguma semelhança com o que ocorreu, no mês de agosto de 2011, no Município de Baião - Pará. Eis que é fácil entender porque os paraenses que moram na capital do Estado - e somente esses - tem motivos para se opor à divisão do Estado do Pará.


Com um abraço do Professor Walber Wolgrand.

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No dia 20 de outubro de 2010 a pacata cidade paraense de BOM JESUS DO TOCANTINS viveu o seu “dia de glamour”. Sete assaltantes, armados de escopeta, fuzis e pistolas, invadiram a agencia local do Banco do Brasil e roubaram algo em torno de 200 mil reais.

A ação não deixou nada a desejar a nenhum filme hollywoodiano. Eles chegaram atirando com a escopeta na porta de “segurança”, dominaram todos os presentes, pegaram o que bem entenderam e saíram como se “nada” tivesse acontecido. Clint Eastwood e Burt Reynolds ficariam com inveja do desempenho dos meliantes.

Do outro lado, como assistentes atentos, a guarnição PM da cidade (03 PMs), fortemente armada com revólveres calibre 38, posicionou-se atrás de um ônibus tipo "trio elétrico" e assistiu ao filme como se estivesse nas salas 3D da MOVEICOM. Contam as más línguas que tinha pipoca e refrigerante Fly

Mas esse filme, para quem é cinéfilo, não é novo. As cidades de Jacundá, Tracuateua, Viseu, Santo Antônio do Tauá, e Oeiras do Pará já o assistiram sem que as autoridades locais e estaduais fizessem alguma coisa. Em todas essas cidades o efetivo da PM sempre foi diminuto. Nunca passou de 05 policiais para uma média populacional superior a 30 mil habitantes.

Enquanto os nossos irmãos do “Velho Oeste” comem o “pão que o diabo amassou”, na parte civilizada do Estado, os mocinhos do Ministério Público, com a soberba que lhes é peculiar, encaminharam, após aprovado pelo COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA DO ÓRGÃO, um projeto de lei à Assembléia Legislativa para que seja criado o GABINETE MILITAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO, a ser composto por, no mínimo, 87 (oitenta e sete) policiais militares, dentre oficiais e praças.

O mais interessante de tudo é que os augustos membros do Parquet paroara não consideraram que o aludido projeto está em desacordo com a LEI DE ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA PM. Não existe previsão de policiais, na estrutura da PM, para ocupar cargos no MP. Em outras palavras, o futuro Gabinete Militar, se aprovado, será composto por policiais oriundos das Unidades de Apoio ou Execução da PM. Em vez de trabalharem para os pobres interioranos do Velho Oeste, os membros da “CAVALARIA” ficarão à disposição do MP realizando atividades que passam ao largo de suas atribuições legais.

São mais de 80 policiais destinados ao serviço de SEGURANÇA PESSOAL, PATRIMONIAL e de “INTELIGÊNCIA” em total desacordo com as Constituições Federal e Estadual. Se o MP as respeitasse não encaminharia proposta para que os militares estaduais realizassem serviços não previstos nesses diplomas legais. Mas como não fiscalizam coisa alguma é perfeitamente compreensivo que o MP do Pará queira primeiro resolver o seu problema interno de segurança, porque o pobre povo do “Velho Oeste” possui em seu favor heróis como DJANGO, TRINITY e DURANGO KID para socorrê-lo.

2 comentários:

  1. Por isso sou favorável à divisão do estado, não que os assaltos irão diminuir, mas pelo menos o problema passa a ser deles - Carajás e Tapajós - e não mais nosso. Porque se depender dos políticos, esses nunca fizeram e nunca farão. Agora se quiserem que a situacão continue do mesmo jeito, é so manter o Estado como está, só não vale reclamar depois.

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  2. que visão micro deste Anônimo, temos que ter uma visão macro, olhar o Brasil como um todo. dividir o Pará não trará soluções, ao contrário, os problemas ja estão surgindo antes da divisão,e se os politicos não fazem nada é porque a sociedade civil não se mobiliza.

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