sexta-feira, 1 de março de 2013

Hilárias passagens da caserna IV (Walmari Prata Carvalho)

Como prometido no anterior caso contado, retorno ao assunto referente ao cavalo empacado.

Nos idos de 1972/73, ninguém gostava de ir servir na cavalaria. Seu efetivo em sua maioria era preenchido por policiais que não se adaptavam nas outras unidades da PM, ou para lá seguiam, em decorrência de castigo. A lavagem das baias, o banho dos animais desestimulava pela peculiaridade, grande parte dos seus componentes, e, por outro lado os estimulavam a pratica alcoólica para minimizarem o enfrentamento as condições de trabalho. Dizia-se sempre que, se uma ocorrência existia com vias de fato, lá estaria um componente da cavalaria. Os considerava a época, como não polidos, mais próximos a um canto de cerca, e, conservados em recipientes etílicos, logicamente que, muitos fugiam a regra.

Descrito o painel geral, partamos ao particular episodio. Ao final dos seis meses de estagio fui alocado na cavalaria para pratica do aprendizado. A cavalaria acabava de ocupar em caráter emergencial um espaço na antiga Radional, lá para os lados do antigo Iate Clube. Em determinada noite fui escalado para fazer parte de uma patrulha comandada pelo Capitão Castro, um exemplo do perfil dos milicianos já descritos como da época. O terreno da Radional estava enfrentando problemas de invasão, que não interessava ao estado, e, normalmente na escuridão da noite dinamizavam referidas incursões. Enfileirados cavalgávamos, tenda a frente o Cap. Castro, depois eu, se seguindo três praças. Inadvertidamente do breu noturno surge uma pequena luz de uma tosca birosca. O capitão para em sua frente, e, todos desmontam de seus cavalos, menos eu, que permaneço montado bastante contrariado pela cena. Todos se dirigem ao balcão, onde são servidos com doses de cachaça. Depois de secarem seus copos retiram-se do pardieiro montam seus cavalos saindo em deslocamento. Procurando segui-los puxava as rédeas de minha montaria, mas, o animal não obedecia havia empacado completamente. Uns cinco ou seis metros a frente todos caiam na gargalhado ao observarem meu desespero em tentar conduzir o cavalo. Depois de rirem bastante, o Capitão diz’’Não adianta, ele não sai daí nem a guindaste’’ faz o seguinte,’’Desmonta,entra no boteco, volta, e monta novamente, que ai ele vai te obedecer’’; assim fiz, e, não é que o cavalo obedeceu mesmo se permitindo novamente conduzir. Égua o cavalo ficou adestrado de tanto tomarem cachaça naquele lugar. Condicionou o animal a rotina de descerem dele naquele especifico ponto. Depois me vi gargalhando com a esdrúxula condição imposta e assimilada pelo animal.

Por isso mesmo devemos ter muito cuidado com nossos exemplos, e, nossas rotinas quando comandamos, eles podem facilmente serem assimilados, ate mesmo por um irracional animal. Kkkkk. Depois conto outro caso, quem souber ,que conte o agora.

Belém 18 de fevereiro de 2013.

WALMARI PRATA CARVALHO
walmariprata@hotmail.com

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