domingo, 18 de março de 2012

George Clooney: Um cidadão que luta por uma causa maior que si mesmo (Ou: “O sentido da vida humana está para além da simples existência”)


O ator americano George Clooney foi preso por desordem civil nesta sexta-feira durante um protesto em frente à embaixada sudanesa em Washington, nos Estados Unidos. Clooney fazia parte de uma manifestação que acusava o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, de provocar uma crise humanitária e impedir a chegada de alimentos à região de Nuba, na fronteira com o Sudão do Sul.


Antes de ser preso, ele chegou a conceder entrevistas à imprensa. Clooney disse que espera atrair mais atenção para a questão e se disse impressionado com o engajamento do presidente americano, Barack Obama, no assunto. O ator também disse que, se nenhuma ação for tomada nos próximos três ou quatro meses, ocorrerá um "verdadeiro desastre humanitário".

Algumas pessoas não entendem porque um famoso ator hollyoodiano é capaz de sair da sua zona de conforto para atuar em defesa de causas humanitárias.

Apesar de a maioria dos seres humanos se contentar em viver unicamente para atender as próprias necessidades materiais e psicologias, não resta dúvida que existem aqueles que constroem utopias e empreendem esforços para as suas consecuções. Estas pessoas, normalmente, são chamadas de idealistas por acreditarem que a vida, em suas diversas dimensões, pode ser diferente – e talvez melhor – do que é. Algumas fazem desses ideais a razão de ser da sua existência.

É comum encontrarmos na história da filosofia autores que definiram a “natureza humana”, em contraposição a animal, como capaz de construções intelectuais em nível político, econômico, social, científico, etc., em outras palavras, capaz de elaborações que não estão necessariamente ligadas às necessidades primárias do homem como ser biológico. É no âmbito conceitual que sempre se tentou justificar o que seria próprio da espécie humana.

Se existe algum sentido em achar que o homem não é um ser qualquer na natureza, - mesmo que amparado por razões religiosas – é preciso admitir que alguma coisa nos faz diferentes de um cavalo, cachorro, pavão, urso ou uma galinha. Logo, nesse prisma, foi inevitável que muitos tenham se empenhado em negar aquilo que nos assemelha às demais espécies naturais: as características biológicas.

Por outro lado, existem aqueles que consideram as exigências que a natureza nos faz apenas como fundamento e motivação para buscarmos algo além dela própria. Nossa “condição animal” seria aquilo que nos moveria para uma realidade mais complexa, própria dos seres com capacidade teórica.

De qualquer forma, seja como for, não resta dúvida que não estamos presos à condição biológica, o que permite o surgimento de pessoas como GEORGE CLOONEY. E mesmo que existam várias formas de ser (humano) neste mundo, a escolhida pelo ator americano parece a mais digna de ser vivida.                      

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