Caros Leitores do blog,
Se tiverem paciência e curiosidade intelectual leiam este artigo que trata da situação econômica e política do nosso país (DÍVIDA PÚBLICA). Depois pesquisem sobre o tema proposto para formarem um juízo seguro sobre essa questão. Estudem a respeito e, se tiverem um mínimo de preocupação com o destino do povo brasileiro, se posicionem a respeito ou, simplesmente, deixem o Brasil tomar no cú.
Entendam, "um pouquinho", o porquê de o nosso país ser a 6ª maior economia do mundo e o 84º no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)
Professor Walber Wolgrand
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Em meio a insistentes ataques da
grande mídia à “corrupção” de autoridades dos três poderes institucionais, uma
verdadeira corrupção institucional está ocorrendo no campo financeiro e
patrimonial do país, destacando-se:
PRIVATIZAÇÃO
DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS
PRIVATIZAÇÃO
DE JAZIDAS DE PETRÓLEO, INCLUSIVE DO PRÉ-SAL
PRIVATIZAÇÃO
DOS AEROPORTOS MAIS MOVIMENTADOS DO PAÍS
PRIVATIZAÇÃO
DE RODOVIAS
PRIVATIZAÇÃO
DE HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS
PRIVATIZAÇÃO
DE FLORESTAS
PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE,
EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, e muitos outros serviços essenciais, que recebem cada vez
menor quantidade de recursos haja vista a luta de 20 anos pela implantação do
piso salarial dos trabalhadores da Educação, a recente greve dos policiais na
Bahia, ausência de reajuste salarial para os servidores em geral, entre vários
outras necessidades não atendidas, evidenciada recentemente na tragédia dos
moradores do Pinheirinho em São Paulo, enquanto o volume destinado ao pagamento
de Juros e Amortizações da Dívida Pública continua crescendo cada vez mais.
Qual a justificativa para a entrega
de áreas estratégicas ao setor privado? Por que criar um mega fundo de pensão
para os servidores públicos do país quando os fundos de pensão estão quebrando
no mundo todo, levando milhões de pessoas ao desespero? Por que leiloar jazidas
de petróleo se a Petrobrás possui tecnologia de ponta? Por que abrir mão da
segurança nacional ao entregar os aeroportos mais movimentados para empresas
privadas e até estrangeiras? Por que privatizar os hospitais universitários se
esses são a garantia de formação acadêmica de qualidade? Por que privatizar
florestas em um mundo que clama por respeito ambiental? Por que deixar que
serviços básicos, sejam automaticamente privatizados, a partir do momento em
que se corta recursos destas áreas?
O que há de comum em todas essas
privatizações e em todas essas questões?
O ponto central está no fato de que
o beneficiário de todas essas medidas é um ente estranho aos interesses do povo
brasileiro e da Nação. Os únicos beneficiários têm sido o setor financeiro
privado e as grandes transnacionais.
Então, por que o governo tem se
empenhado tanto em aprovar todas essas medidas contrárias aos interesses
nacionais?
E o que diz a grande mídia a
respeito dessas medidas indesejáveis? Não divulga a posição dos afetados e
prejudicados por todas essas medidas, mas promove uma completa “desinformação”
ao apresentar argumentos falaciosos e convincentes propagandas de que o Brasil
vai muito bem e que a economia está sob controle.
Ora, se estamos tão bem assim, qual
a razão para rifar o patrimônio público? Por que esse violento round de
privatizações partindo justamente de quem venceu as eleições acusando a
privataria?
Na realidade, o país está
sucateado. Vejam as estradas rodoviárias assassinas e a ausência de ferrovias;
a desindustrialização; o esgotamento de nossas riquezas; as pessoas sem
atendimento hospitalar, com cirurgias adiadas até a morte; os profissionais de
ensino desrespeitados e obrigados a assumir vários postos de trabalho para
sustentar suas famílias; o crescimento da violência e do uso de drogas.
É inegável o fato de que o PIB
brasileiro cresceu e já somos a 6a. potencia mundial, mas o último relatório da
ONU mostra que ocupamos a vergonhosa 84a. posição em relação ao atendimento aos
direitos humanos, de acordo com o IDH1, o que é inadmissível considerando as
nossas imensas riquezas.
Algo está muito errado. Não há
congruência entre nossas riquezas e nossa realidade social. Não há coerência
entre o discurso ostentoso e a liquidação do patrimônio nacional.
Dizem que temos reservas internacionais
bilionárias, mas não divulgam o custo dessas reservas para o país, o dano às
contas públicas e ao crescimento acelerado da dívida pública brasileira que
paga os juros mais elevados do mundo.
Dizem que temos batido recordes com
exportações, mas não divulgam que lá de fora, valorizam os preços das chamadas
“commodities” e o que fazemos: aceleramos a exploração dos nossos recursos
naturais e os exportamos às toneladas. Mas quem ganha já não é o país, pois as
minas, as siderúrgicas e o agrobusiness já foram privatizados há muito tempo.
Outra grande falácia é de que o
Brasil está tão bem que a crise financeira que abalou as economias dos países
mais ricos do Norte – Estados Unidos e Europa – pouco afetou o país. A grande
mídia não divulga, mas a raiz da atual crise “da Dívida” que abala as economias
do Norte está na CRISE DO SETOR FINANCEIRO.
A crise estourou em 2008 quando as
principais instituições financeiras do planeta entraram em risco de quebra. Tal
crise dos bancos decorreu do excesso de emissão de diversos produtos
financeiros sem lastro – principalmente os derivativos - possibilitada pela
desregulamentação e autonomia do setor financeiro bancário. Embora tivessem
agido com tremenda irresponsabilidade na emissão e especulação de incalculáveis
volumes de papéis sem lastro, tais bancos foram “salvos” pelos países do Norte
à custa do aumento da dívida pública, que agora está sendo paga por severos
planos de ajuste fiscal contra os trabalhadores e crescente sacrifício de
direitos sociais.
Apesar da monumental ajuda das
Nações aos bancos, o sistema financeiro internacional ainda se encontra
abarrotado de derivativos e outros papéis sem lastro - tratados pela grande
mídia como “ativos tóxicos”. Grande parte desses papéis foi transferida para “bad
Banks”2 em várias partes do mundo, à espera de serem trocados por “ativos
reais”, principalmente em processos de privatizações.
Assim funcionam as privatizações: são uma forma de reciclar o
acúmulo de papéis e transferir as riquezas públicas para o setor financeiro
privado.