As empresas Coca-Cola e Pepsi mudarão o processo de
produção de um de seus corantes para evitar colocar em suas garrafas rótulos de
advertência sobre ingredientes cancerígenos, informou nesta sexta-feira a
Associação Americana de Bebidas (ABA, na sigla em inglês).
O corante de caramelo destas bebidas conterá a
partir de agora níveis mais baixos de 4-metilimidazol (4-MEI), um composto
químico que foi acrescentado à lista de substâncias cancerígenas no estado da
Califórnia.
“A Pepsi e a Coca-Cola pediram a seu fornecedor de
corantes que diminua os níveis deste composto para evitar colocar estes
rótulos, algo que será aplicado em todo o país, mas isto não quer dizer que a
fórmula das bebidas será alterada”, explicou a ABA.
As mudanças já foram feitas para as bebidas
produzidas na Califórnia, e serão estendidas ao restante do país.
“A ciência simplesmente não mostra que o 4-MEI
seria uma ameaça para a saúde humana quando utilizado em alimentos ou bebidas.
De fato, os resultados das agências reguladoras no mundo todo, incluindo nos
EUA e Canadá, consideram que o corante de caramelo é seguro”, acrescenta a
associação.
A ABA insiste que o estado da Califórnia
acrescentou este componente à lista de elementos cancerígenos sem nenhum respaldo
científico.
“Uma pessoa precisaria beber mais de 2.900 latas de
Coca-Cola por dia durante 70 anos para alcançar a dose mais baixa desse
componente registrada entre os ratos utilizados neste estudo que gerou a
decisão da Califórnia”, explicou a ABA.
Segundo a associação, as duas companhias
continuarão usando o corante de caramelo em certos produtos, como é habitual, e
os consumidores “não notarão nenhuma diferença, nem terão que se preocupar com
qualquer problema de saúde”.
A assessoria da Coca-Cola no Brasil afirmou que o
corante caramelo utilizado no refrigerante é seguro e disse que as mudanças no
processo de fabricação do ingredientes não têm potencial para modificar a cor
ou o sabor da bebida. “Ao longo dos anos já implementamos outras mudanças no
processo de fabricação de ingredientes sem, entretanto, ter alterado nossa
fórmula secreta”, diz o comunicado.
Riscos
Há algum tempo, um grupo de advogados de uma
organização de defesa do consumidor entrou com uma petição para impedir o uso
do corante caramelo em bebidas e comidas. A medida está sendo rebatida pela
Administração de Bebidas e Alimentos dos Estados. O órgão do governo
norte-americano afirmou que seria preciso que o consumidor bebesse mil latas
dos refrigerantes em um dia para que atingisse as doses que se mostraram
cancerígenas nos ratos de laboratório.
(ÉPOCA
NEGÓCIOS)
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