domingo, 23 de outubro de 2011

Faroeste paroara: Mais uma morte por encomenda no interior do Pará (Ou: "Um Estado sem lei")

Homem foi morto após denunciar exploração ilegal de madeira em reserva.Para delegado, crime não tem relação com outros assassinatos no campo.

Tahiane Stochero Do G1, em São Paulo


A Polícia Civil do Pará investiga o assassinato de um comerciante ocorrida em Altamira no sábado (22). Segundo o delegado Silvio Maués, João Chupel Primo, de 55 anos, era proprietário de uma retífica e teria perdido recentemente uma terra que era de sua propriedade localizada dentro de uma reserva ambiental.

Segundo o delegado, a morte ocorreu após o comerciante ter feito uma denúncia ao Ministério Público Federal sobre exploração ilegal de madeira na região da reserva extrativista de Riozinho do Anfrisio e da Floresta Nacional do Trairão. “Ele não tinha nenhuma relação com grupos rurais, ambientalistas e agrários. Nossa hipótese preliminar é que a morte possa estar relacionada a interesses econômicos e a disputa de grupos de madeireiros”, afirmou Maués ao G1.O delegado descartou relação do assassinato com a morte do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos em uma “tocaia” em uma estrada na Zona Rural de Nova Ipixuna (PA), em maio.

O comerciante foi morto em sua casa em Itaituba, próximo a Altamira, por volta das 13h de sábado por dois homens, que o chamaram pelo nome e pediram algumas peças de veículos. Ele levou um tiro na cabeça. Os suspeitos fugiram.

Segundo a polícia, Primo alegava que a terra que havia perdido era cobiçada por madeireiros. A polícia também apura o fato dele ter comprado recentemente uma área de garimpo. A vítima respondia a um processo de agressão e violação de domicílio de uma pessoa que, segundo ele, queria extrair madeira em sua propriedade. João Chupel Primo estava qualificado como vítima, em outro caso, de uma agressão provocada por este extrativista, diz o delegado.

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