Quando afirmo que o Pará é um estado bárbaro, não me refiro
exclusivamente aos atos e fatos incivis que cotidiana e sobejamente ocorrem em
solo paraense, mas, sobretudo, aos pensamentos e sentimentos que subjazem a esses
acontecimentos. Mas que pensamentos e sentimentos são esses? De certa forma, os
mesmos que nos faz um povo inclinado à corrupção.
Vou explicar melhor. Refiro-me a crença que um determinado
indivíduo ou grupo possui na inexistência de uma ordem ou força superior, capaz
de limitar-lhe a conduta, segundo parâmetros racionais. Em outras palavras, é a supremacia do
individual sobre o coletivo. Quando alguém não acredita que deve respeitar algo
que está além de si próprio, tende a escutar apenas os seus mais
recônditos desejos.
Recorro à Psicologia de botequim para tentar entender porque determinadas
práticas são tão comuns no Estado do Pará. Poderia considerar o isolamento das pessoas que habitam
os longínquos e abandonados interiores paraenses como possível causa de comportamentos pouco civilizados, mas quando ações
semelhantes ocorrerem, insistentemente, à luz do dia e em plena Capital ou adjacências,
o critério geográfico torna-se inepto para a compreensão desse fenômeno.
Por esse motivo transfiro a análise para o imaginário de uma
sociedade que não acredita na eficiência dos órgãos estatais e na possibilidade
de punição quando transgride norma pública. Noutra hipótese, somente os “loucos
de pedra” se enquadrariam, o que, de certo, não é o caso desta abordagem.
Creio sim que existe um ambiente psicológico favorável para a
efetivação de tantas cruéis condutas, mesmo que sejam proibidas pelas regras
mínimas de convivência social.
Vejam um exemplo lamentável que ocorreu em Ananindeua,
cidade que integra a Região Metropolitana de Belém. Na manhã desta sexta feira, 23/02/13, na WE-70, da Cidade
Nova VI, a Senhora CARLA PRISCILA foi
retirada de um carro, onde estava em companhia do marido e do filho, e, na
presença da família e de quem quisesse assistir, foi executada com arma de
fogo. Segundo a matéria publicada no Jornal “Diário do Pará”, o crime teria sido
motivado pelo fato de a vítima ter descoberto esquema de fraude na empresa onde
trabalha.
Sem mais para o momento, penso com os meus botões: não é possível
viver civilizadamente no Estado do Pará. A barbárie, infelizmente, é aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário