Publiquei um artigo no “Blog de Filosofia do Wolgrand”,
denominado OS INTELECTUAIS, COMO OS MÍSTICOS, ADIVINHAM O FUTURO, com o qual
sustentei a tese de que o homem culto, intelectualizado, possui a capacidade de
prever o futuro. Esse “dom” o torna capaz de fazer planejamentos, se antecipar aos
acontecimentos e exercer certo controle sobre a realidade.
Não há mágica nesse processo. É o resultado da leitura de um mundo
que se comporta mecanicamente. Qual a vantagem disso? Basicamente, a de não
ficar sob os desígnios da “deusa Fortuna”, isto é, do acaso. Não há surpresas neste
mundo quando o lemos com os olhos do intelecto.
Mas o que ocorreu em Santa Maria – e está ocorrendo em todo país
– prova que o brasileiro não consegue ultrapassar os frágeis limites do Senso Comum. Nossa leitura
está circunscrita ao AQUI AGORA. No máximo, delegamos a previsão dos
acontecimentos às autoridades legalmente constituídas, como se elas fizessem bom uso da reta razão e conseguissem se antecipar aos fatos.
Agora, depois do incêndio que vitimou mais de duzentos jovens
no sul do país, o povo brasileiro, sem exceção, cobra providências que nunca
foram realizadas, como se o princípio da
combustão ainda não tivesse sido descoberto. Do outro lado, as
autoridades, fazendo a "mea culpa", em tempo record, vistoriaram casas de espetáculos em todo território nacional, do Oiapoque ao Chuí, e interditaram centenas de estabelecimentos,
sob o extemporâneo argumento de não estarem em consonância com as normas legais. Se o acidente em Santa Maria não
tivesse ocorrido, essas ações preventivas não teriam sido adotadas.
O “Modus operandi” do povo brasileiro denuncia que neste país
ninguém consegue ver além do que está diante do nariz. E como somente a Mãe Diná, Irmã
Jurema e o pai Osmar possuem a faculdade de adivinhar o futuro, todos se limitam à visão empírica do mundo e somente
agem quando a casa cai (ou queima).
Caro profº é a "Cultura da hipocrisia" imperando. Acesse www.opirata2.blogspot.com e leia.
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