terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O martelo dos corruptos (Walmari Prata Carvalho)

Todos os cidadãos comuns - sem os privilégios de uma reduzida, mas crescente casta de autoridades que, normalmente, são obsequiadas com uma proteção clientelista do Estado - procuram caminhos que lhes propiciem condições satisfatórias para encontrar a felicidade. Nessa procura buscam identificar a principal causa das dificuldades que enfrentam, reconhecendo, certamente, na corrupção a maior delas.

Buscam na constituição o embasamento para que esta doença receba o tratamento adequado, entretanto, mesmo existindo o remédio, nem sempre ele é empregado indistinta e corretamente, fazendo com que a doença continue se propagando. Por esse motivo a razoabilidade cede espaço para utópicos caminhos em razão do incontido desejo de uma vida digna.

Uns imaginam a pena de morte como solução, outros o retorno da antiga ditadura. Certo dia, um amigo fez referência a uma obra medieval que orientava os processos da “Santa inquisição” e que ficou conhecida como “O MARTELO DAS BRUXAS”. Trata-se de um livro escrito em latim denominado “O MALLEUS MELEFICARUM” atribuídos a autoria de Heinrich Kraemer, e, James Sprenger com publicação registrada de 1484. Este livro destinava-se a orientar a caça às bruxas, e, era dividido em três partes: A primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; a segunda, expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira, regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las.

Permitindo-me devaneios em razão do desejo de solução mais imediata para as inúmeras “bruxarias”,e, incontáveis bruxos encastelados nos poderes. Condiciono, por analogia, transformar os maus políticos em bruxas, e os seus atos maléficos em corrupção.

Teríamos muita lenha vagabunda para queimar. Percebo a condição não cristã para tal fogueira, mas, estas ímprobas criaturas que dilapidam o nosso patrimônio, e, conseqüentemente, debilitam a assistência do Estado gerando mortes e outras conseqüências nefastas, e, ainda assim seguem serelepes impunes.

Sonhar não ofende, pelo menos podemos, mesmo utopicamente, imaginar um tribunal de CAÇA AOS CORRUPTOS, pois do jeito que está fica muito difícil sonhar, e, enquanto nossos tribunais não trocarem o foco, substituindo-o pela caça aos corruptos, só nos resta sonhar com sandices, afinal, assim se encontra o sistema.

Belém 13 de fevereiro de 2012.

WALMARI PRATA CARVALHO

Walmariprata@hotmail.com

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