Muito se tem falado sobre a possibilidade de as recentes
manifestações terem sido “compradas” ou estimuladas por pessoas ligadas ao
governo.
Foi detectado em Brasília, por exemplo, que assessores de
diversos ministérios do Governo Dilma participaram das manifestações. Não se
sabe se contra ou a favor aos interesses do governo.
No Rio, circulou um vídeo no qual aparece um possível
integrante da PM infiltrado como manifestante. Esses são os conhecidos “homens
de inteligência” ou simplesmente “P-2”.
Aqui não vou entrar no mérito desses fatos porque não possuo
dados que assegurem a veracidade dos mesmos, além do que, para a análise que
pretendo fazer, não convém enveredar por esse caminho. Seguirei outro azimute.
Parto do princípio de que é conveniente a quem é questionado publicamente
que o instrumento de contestação seja desacreditado, quer pelos seus fins,
pessoas ou métodos utilizados. Como, no caso das recentes manifestações no
Brasil, as pessoas são legítimas e os fins, a primeira vista, são justíssimos,
restou àqueles que “estão na berlinda” questionar o MODUS OPERANDI dos manifestantes
para desqualificar as suas práticas reivindicatórias.
Se esta premissa faz algum sentido, há de se supor que a
violência que ocorre durante as manifestações é extremamente benéfica aos
questionados, ou seja, aos detentores do poder administrativo e político no
Brasil.
Ora, nesse diapasão, permito-me inferir duas outras
possibilidades: ou o governo promove os atos de violência e vandalismo que lhe
convém; ou não os reprime para deles extrair inúmeros dividendos.
Mas qual a origem desta inferência? De o próprio aparato policial
que o Estado possui. Sabe-se que não são poucos os recursos humanos e
tecnológicos que os órgãos de segurança dispõem para controlar e reprimir as
mais diversas práticas ilegais perpetradas pelos cidadãos brasileiros, desde
que, é claro, lhes convenha.
O Governo possui, a seu dispor, desde tropas especializadas
em controle de distúrbios civis, até os instrumentos tecnológicos mais avançados
no campo da inteligência policial. Existem, por exemplo, câmeras de vigilância espalhadas
pela cidade, filmadoras pessoais de diversos tipos, equipamentos para escuta telefônica,
programas para combate a crimes cibernéticos e outras “geringonças” para
monitorar os passos do mais humilde pároco da República.
Por outro lado, como as manifestações não são virtuais, mas
presenciais, qualquer sujeito despreparado, com uma câmera amadora nas mãos, é
capaz de registrar com certa eficiência os fatos e até identificar aqueles que
praticam atos incivis no decorrer dos acontecimentos. Se isto faz algum sentido,
então por que as “otoridades” não se empenham em combater aqueles que
ultrapassam os limites da legalidade durante esses atos populares em solo
tupiniquim?
É lógico que quando alguém não faz aquilo que é possível e
que, ao mesmo tempo, é o seu dever de ofício, assim procede por um único e
definitivo motivo: a sua omissão lhe é extremamente conveniente.
Sem mais delongas, concluo que assim como as manifestações em
discussão não surgiram naturalmente, mas são obras de mentes maquiavélicas e insatisfeitas;
a não repressão dos atos de violência que ocorrem durante esses eventos, pelos
órgãos governamentais, são parte de uma estratégia bem calculada para
desqualificar as reivindicações justas e legítimas dos cidadãos.
Neste País, nem as virgens são ingênuas.
O episódio do Rio Centro é emblemático, agora utilizam a violência para desmobilizar os manifestantes.
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