Nos idos de 1972/73,
ninguém gostava de ir servir na cavalaria. Seu efetivo em sua maioria era
preenchido por policiais que não se adaptavam nas outras unidades da PM, ou
para lá seguiam, em decorrência de castigo. A lavagem das baias, o banho dos
animais desestimulava pela peculiaridade, grande parte dos seus componentes, e,
por outro lado os estimulavam a pratica alcoólica para minimizarem o
enfrentamento as condições de trabalho. Dizia-se sempre que, se uma ocorrência
existia com vias de fato, lá estaria um componente da cavalaria. Os considerava
a época, como não polidos, mais próximos a um canto de cerca, e, conservados em
recipientes etílicos, logicamente que, muitos fugiam a regra.
Descrito o painel
geral, partamos ao particular episodio. Ao final dos seis meses de estagio fui
alocado na cavalaria para pratica do aprendizado. A cavalaria acabava de ocupar
em caráter emergencial um espaço na antiga Radional, lá para os lados do antigo
Iate Clube. Em determinada noite fui escalado para fazer parte de uma patrulha
comandada pelo Capitão Castro, um exemplo do perfil dos milicianos já descritos
como da época. O terreno da Radional estava enfrentando problemas de invasão,
que não interessava ao estado, e, normalmente na escuridão da noite dinamizavam
referidas incursões. Enfileirados cavalgávamos, tenda a frente o Cap. Castro,
depois eu, se seguindo três praças. Inadvertidamente do breu noturno surge uma
pequena luz de uma tosca birosca. O capitão para em sua frente, e, todos
desmontam de seus cavalos, menos eu, que permaneço montado bastante contrariado
pela cena. Todos se dirigem ao balcão, onde são servidos com doses de cachaça.
Depois de secarem seus copos retiram-se do pardieiro montam seus cavalos saindo
em deslocamento. Procurando segui-los puxava as rédeas de minha montaria, mas,
o animal não obedecia havia empacado completamente. Uns cinco ou seis metros a
frente todos caiam na gargalhado ao observarem meu desespero em tentar conduzir
o cavalo. Depois de rirem bastante, o Capitão diz’’Não adianta, ele não sai daí
nem a guindaste’’ faz o seguinte,’’Desmonta,entra no boteco, volta, e monta
novamente, que ai ele vai te obedecer’’; assim fiz, e, não é que o cavalo
obedeceu mesmo se permitindo novamente conduzir. Égua o cavalo ficou adestrado
de tanto tomarem cachaça naquele lugar. Condicionou o animal a rotina de
descerem dele naquele especifico ponto. Depois me vi gargalhando com a
esdrúxula condição imposta e assimilada pelo animal.
Por isso mesmo
devemos ter muito cuidado com nossos exemplos, e, nossas rotinas quando
comandamos, eles podem facilmente serem assimilados, ate mesmo por um
irracional animal. Kkkkk. Depois conto outro caso, quem souber ,que conte o
agora.
Belém 18 de
fevereiro de 2013.
WALMARI PRATA
CARVALHO
walmariprata@hotmail.com
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